O Ramen e o Saquê
O ramen está conquistando o mundo!
O ramen é um dos pratos mais típicos e adorados do Japão. Não só isso, é um dos maiores - se não o maior - representantes da culinária afetiva daquele país.
Nos últimos anos vem conquistando o mundo e se tornou uma referência da gastronomia japonesa, até para muitas pessoas que antes só conheciam o sushi e o sashimi. E essa onda tem tudo para continuar avançando e ter seu ponto alto durante as Olimpíadas de Tóquio, em 2020, quando visitantes de todo o planeta irão lotar não só os restaurantes da capital, mas também os de muitas outras cidades turísticas por lá.

Será uma grande oportunidade para que a gastronomia japonesa e o saquê passem a ser ainda mais conhecidos.
Só sobre o ramen, daria para escrever um livro sobre seus tipos, variedades e apresentações. Provavelmente será objeto de novos posts, quando vamos pedir para que Chefs especialistas no prato dividam com a gente um pouco do seu conhecimento.
Por aqui, uma coisa é certa: o ramen também caiu no gosto do brasileiro.
Principalmente nas grandes cidades, os restaurantes que servem ramen se multiplicaram - seja os que se especializam no prato ou aqueles que passaram a incluí-lo no cardápio. Justiça seja feita, vários restaurantes japoneses sempre serviram a iguaria, mas foi nos últimos anos que o ramen ganhou toda essa projeção.
O ramen e o saquê
Alguns dos restaurantes que servem ramen também servem saquê (ou vice versa). E, como tendência internacional, alguns estabelecimentos estão focando mesmo nessa dupla saquê e ramen, que proporciona harmonizações interessantíssimas. É o caso do Momosan Ramen, do famoso Chef Morimoto, que já tem cerca de três anos e fica em Nova Iorque.
Estive no Momosan recentemente, para almoçar e provar alguns dos seus saquês, num sábado (bem) frio de fevereiro. A proposta do restaurante é valorizar tanto o ramen quanto o saquê e essa dupla tem se mostrado imbatível, já que o lugar costuma lotar. Nas noites dos fins de semana, inclusive, vira uma "baladinha" super concorrida, regada a muito saquê.

Para aqueles que queiram conhecer vários saquês em uma única visita, o Momosan tem dois tipos de degustação, com quatro saquês diferentes em cada. Optei pelo conjunto que vinha com os quatro saquês da casa, com a marca Morimoto: (da esquerda para a direita, na foto abaixo) o junmai, o junmai ginjo, o junmai daiginjo e o nigori.
Embora as características de uma boa parte dos junmai ginjo e junmai daiginjo que conhecemos por aqui, no Brasil, seja floral, frutada e doce, todos os quatro saquês do Momosan tinham uma pegada bem gastronômica, com sabor rico e com bastante umami - pareando bem com o caldo denso e, também, cheio de umami do ramen.
Certamente, os saquês foram escolhidos com muito cuidado, já que um junmai ginjo ou um junmai daiginjo muito aromático e leve no paladar talvez sumisse quando consumido com o ramen - lembrando que a especialidade da casa é o tonkotsu ramen (que pode ter, e geralmente tem, diferente resultado na harmonização do que um shoyu ramen ou um shio ramen).

Para um almoço de sábado, foi a experiência perfeita! Fora que é muito difícil se decepcionar com qualquer casa que leve o nome do Chef Morimoto. A qualidade pode ser vista em cada detalhe, representando bem essa busca pelo aprimoramento, que é característica da cultura japonesa.
Panorama do ramen e saquê no Brasil
No Brasil, como mencionamos no início, estamos nos beneficiando, da mesma forma, dessa onda de popularidade do ramen. E o legal é que por aqui também temos restaurantes de ramen que servem saquês e alguns, em maior ou menor grau, dão essa ênfase na harmonização. Em próximos posts, vamos procurar dar dicas de algumas dessas casas, ok?
Obrigado por acompanhar o Mega Sake e continue com a gente.
O saquê certo é o saquê que você gosta! E harmonizando com o ramen ou qualquer outro prato que você curte!
Kampai!
Fabio Ota
Sake Enthusiast